A Rua da Sofia, da palavra grega para Ciência ou Sabedoria, consolidou definitivamente a cidade de Coimbra como centro cultural e pólo universitário nacional. Foi rasgada em 1535, como artéria de invulgar amplitude e regularidade para a época, configurando provavelmente uma das maiores ruas da Europa coeva. A Rua da Sofia destacava-se entre a malha apertada e sinuosa das ruelas e becos envolventes, destinando-se a abrigar, desde o primeiro momento, os colégios da Universidade, que D. João III fazia regressar a Coimbra, instalando os edifícios principais no Paço Real. Esta nova e monumental estrutura urbana conferia uma simbólica muito particular à instalação das escolas, realizada a partir de 1537; deste então, e até à actualidade, a história e a vida da cidade permaneceram intimamente ligadas à Universidade. No entanto, e apesar do dinamismo que esta estrutura criou e sustentou, a Rua da Sofia permaneceu durante séculos relativamente afastada dos ritmos urbanos tradicionais, como verdadeira "cidade universitária" e rua nobre, em torno da qual se mantinha um bairro ocupado por estudantes, e aberta ao comércio vulgar apenas a partir do século XIX .
Na Rua da Sofia foram erguidos sete colégios, com as suas igrejas: os colégios do Carmo, da Graça, de São Pedro, de São Tomás, de São Bernardo e de São Boaventura, e ainda o Colégio das Artes. Convivia com estes edifícios o Convento de São Domingos, o Palácio da Inquisição, e mais tarde a Igreja de Santa Justa, templo já setecentista.
O Colégio do Carmo (MN) foi construído a partir de 1540, tendo a igreja ficado concluída em 1597 e o claustro em 1600. Dos edifícios quinhentistas e seiscentistas subsiste apenas uma parte, bem como a igreja, sendo o conjunto hoje ocupado pela Ordem Terceira de S. Francisco, que lhe introduziu consideráveis alterações no século XIX.
O Colégio da Graça (MN) foi fundado em 1543 e incorporado na Universidade em 1549, recebendo então um projecto da autoria do arquitecto Diogo de Castilho, que aqui estabeleceu o esquema dos restantes colégios de Coimbra, integrando um erudito receituário de modelos clássicos. O edifício foi ocupado por um quartel militar, já retirado, mas cuja permanência implicou uma série de construções modernas, desvirtuando as características arquitectónicas e as funcionalidades originais.
Os Colégios de São Pedro e São Tomás possuem actualmente valências muito diversas, sendo este último a sede do Palácio da Justiça, depois de ter servido como moradia nobre; o seu portal principal (MN), riscado igualmente por Castilho, está no Museu Machado de Castro. Do Colégio de São Boaventura resta a igreja, sem afectação ao culto, e hoje propriedade particular. O que resta do Colégio de S. Bernardo, particularmente os claustros, está ocupado por casas particulares, embora parte da cerca pertença à Câmara. O Colégio das Artes encontra-se em recuperação, integrando um Centro de Artes Visuais.
O Convento de São Domingos (MN), edifício quinhentista destinado a substituir a primitiva casa fundada pelas infantas D. Branca e D. Teresa no século XII, é hoje um espaço inteiramente descaracterizado, onde funcionam galerias comerciais. Este imponente edifício foi traçado pelo arquitecto e engenheiro militar Isidoro de Almeida, introduzindo alterações importantes em relação ao modelo castilhano, embora a igreja nunca chegasse a ser terminada.
Desvirtuada que está a maior parte do seu património edificado, incluindo o importante e coeso núcleo colegial, bem como as casas religiosas e algumas habitações nobres, a Rua da Sofia vale particularmente pelo conjunto de soluções urbanísticas e inovações arquitectónicas que implicou, particularmente nos séculos XVI e XVII. Ressalva-se naturalmente a emblemática funcionalidade académica, a modernidade representada pela centralização dos colégios, e a adequação dos modelos arquitectónicos clássicos à reforma do ensino proposta por D. João III, entre outras importantes propostas.
SML
O momento há muito esperado pela Suplicante surge com a chegada do público ao corredor do Colégio de S. Bernardo: a profecia que trará o Avançar está a um passo de ser concretizada. Bom, talvez esteja a dois? a três...? O Mestre Guardião e o Guardião do Mestre tirarão certamente todas as dúvidas e, para que nenhuma etapa do caminho seja descurada, tudo e todos serão postos à prova, antes que o Avançar se torne uma realidade.
Com Diogo Manaia (Guardião do Mestre), Mário Canelas (Mestre-Guardião), Pedro Lamas (Ardina-Vermelho) e Vânia Fernandes (Suplicante)
Direção Pedro Lamas
Quem nunca cometeu loucuras por amor que ponha o dedo no ar! E é bom que ponham várias pessoas, pois há um Romeu, enamorado de amores pela sua Sofia, que precisa da ajuda de todos. Ele vai desafiar todas as leis, as da moral e as dos bons costumes, ele vai chamar, gritar, ele vai voar e cantar sonhos e desejos, ele vai até ao fim pelo maior amor do mundo, e nesse mesmo fim, onde está a Sofia?
Com Celso Pedro (Romeu), Joana Rodrigues (Josefina), João Cadete (Álvaro), Mário Canelas (José), Pedro Lamas(Ardina-Vermelho) e Vânia Fernandes (Sofia-Dulcineia)
Direção João Paiva
Depois de terem vivido episódios e peripécias bem diferentes, eis que os percursos dos Ardinas se voltam a cruzar, desta feita no Terreiro da Erva. Com a igreja românica de Santa Justa a servir de fundo, por sinal muito perto da antiga fábrica de cerâmica, é a vez das histórias da Sofia ganharem corpo e voz, uma a uma, pelos Ardinas e por quem as queira contar. E já se sabe: quem conta um conto…
Com João Paiva e Pedro Lamas (Ardinas) Assistência Natália Cardoso
O que têm em comum uma bola e um vaso partido? Nesta revisitação do imaginário infantil e poético das brincadeiras que já se fizeram na rua, cruzam-se as vidas do presente com as de um passado onde certamente havia em comum uma avó de chinelo na mão, um neto traquina, dois irmãos levados da breca, uma mãe com um olho na sopa outro na novela radiofónica e talvez uma menina, que de safada não tem nada.
Com Celso Pedro (Joaquim), Joana Rodrigues (Dª. Cremilde), João Cadete (Rafael), João Paiva (Ardina-Verde), Mariana Pereira (Menina) e Miguel Lança (Ismael) Participação Coimbra Carolina Lourenço e Catarina Bento(Meninas) Direção João Paiva
O antigo salão d’ As Tricanas de Coimbra encontra-se intocado desde os velhos tempos em que o Herdeiro era garoto: a mesma luz das longínquas matinées de baile, as mesmas fotografias penduradas na parede. Não fosse o pó que agora cobre as estátuas e o silêncio que substitui a música, e pensar-se-ia que a qualquer instante a antiga pista de dança poderia ganhar vida. Um Rádio antigo chama a atenção do Herdeiro: quando o liga, revive as memórias ali passadas com o Melhor Amigo, o Taberneiro e a Amada, como se fosse a primeira vez. Ou a última, se se decidir a desfazer para sempre deste salão a que antes chamava casa.
Com Ana Pereira (Melhor Amigo), João Paiva (Ardina-Verde), Mariana Pereira (Amada) e Miguel Lança (Herdeiro) Convidadas Carolina Lourenço e Catarina Bento (Amigas) Direção Pedro Lamas
Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, a Igreja do Convento de S. Domingos (inacabada) foi vendida. Já foi oficina, já foi garagem de automóveis, e na década de 80 do século XX passou a ser o Centro Comercial Sofia.
É precisamente aí que Madame Domingos e Bernardina, empreendedoras de historial obscuro, resolvem fundar a cidade de São Domingos. O projeto que estas empresárias de moral questionável desenham para este monumento desclassificado reúne, à partida, todas as condições para dar certo: um mundo de paz, calma e harmonia, sem barulho e confusões, é o que espera todos aqueles que para lá se desloquem… desde que não se neguem a abrir a carteira.
Mas o negócio não vai bem, e quando Pedro, um homem do rio, se apaixona por Carmo, uma funcionária, elas não hesitam em fazer dele o bode expiatório para o insucesso em que São Domingos se encontra mergulhado.
Com Hugo Inácio (Ardina-Amarelo), Telmo Ferreira (Ardina-Azul) Anabela Rodrigues (Baby), Ana Raquel Rodrigues, Bárbara Querido e Isa Rocha (Bernardina), Jaime Branco (Boaventura), Inês Pereira (Carmo), Diana Ferreira (Dominguette; Árbitro), Ana Rita Marques (Dominguette; Devoradora de Frango), Beatriz Antunes,Beatriz Palaio e Nélida Lopes (Madame Domingos), Hélder Carvalho (Pedro) e Alexandre Cotrim (Tomás Fossanova; Trindade) Orientação Pedagógica CST Cláudia Carvalho (disciplina de Interpretação) Alexandre Oliveira (disciplina de Movimento) Nuno Mendes (disciplina de Voz) Pedro Lamas (disciplina de Dramaturgia)
No Claustro do Colégio do Carmo é posto a funcionar o Tribunal da cidade de São Domingos, encabeçado por Graça Domingos, Trindade e Bernardina. Os espectadores ainda têm tempo para comprarem os melhores bilhetes para os dois julgamentos do dia: o de um Ardina acusado de extorsão e o de Pedro Homem do Rio, acusado de pecado capital contra a cidade. Com provas irrefutáveis e recurso a reconstituições dos delitos, está dado o mote para se fazer justiça… à moda de São Domingos.
Com Hugo Inácio (Ardina-Amarelo), Telmo Ferreira (Ardina-Azul) Andreia Fernandes e Regina Gomes(Bernardina), João Soares (Baby; Boaventura-Flashback), Catarina Francisco (Carmo-Tribunal), Matilde Martinho(Carmo-Flashback), Bruna Marques e Vanessa Almeida (Graça Domingos), Miguel Figueiredo (Pedro-Flashback), Francisco Almeida (Pedro-Tribunal), Ana Fonseca (Testemunha Imparcial), Maria Eduarda Coelho (Tomás) e Rodrigo Almeida (Trindade) Orientação Pedagógica CST Cláudia Carvalho (disciplina de Interpretação) Alexandre Oliveira (disciplina de Movimento) Nuno Mendes (disciplina de Voz) Pedro Lamas (disciplina de Dramaturgia)
Dramaturgia
Jorge Palinhos
Com
Celso Pedro, Joana Rodrigues, João Cadete, João Paiva, Hugo Inácio, Miguel Lança, Pedro Lamas, Telmo Ferreira e Vânia Fernandes | Ana Pereira, Diogo Manaia, Mariana Pereira e Mário Canelas
Direção
João Paiva e Pedro Lamas
Assistência de Direção e Laboratório
Natália Cardoso
Consultoria Artística
António Fonseca
Figurinos e Cenografia
Filipa Malva
Fotografia
Carlos Gomes
Design gráfico
Joana Monteiro
Comunicação
Ideias Concertadas
Direção de Produção
Ana Bárbara Queirós
Produção Executiva
Joana Rodrigues e João Cadete
Direção de Cena
Andreia Abreu, Bárbara Soares, Bernardo Almeida e Clara Carvalho
Frente
Paula Queirós, Bárbara Soares, Bernardo Almeida e Clara Carvalho
Participação local
Carolina Lourenço, Catarina Bento, Classes de Teatro do Teatrão, Curso de Artes do Espetáculo do Colégio São Teotónio, Infantário 25 abril, Rancho Folclórico As Tricanas de Coimbra | Serviços e Comércio Rua da Sofia Cavalinho, Café Sofia, Cosmética da Sofia, Estrelinha da Sorte, Joana David Perfumaria, Marcus Café, Ourivesaria Ferreira, Ourivesaria Sofia, Pastelaria A Nova Penta, Pastelaria Sírius, Perfumaria Ana, Pmenor – Presentes Comestíveis, Retrosaria Mendes, Seven Art Nails, Sofiabares, Stetty D'Art, Tulipa Negra Florista e Utentes do Lar de Idosos da Venerável Ordem Terceira da Penitência de São Francisco
Parceiros locais
APBC – Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra | CAV – Centro de Artes Visuais | ESEC – Curso de Teatro e Educação | Rádio Baixa | Rancho Folclórico As Tricanas de Coimbra | Tribunal da Relação de Coimbra
Apoio à Produção
Café Sofia | Centro Comercial Sofia | Liga dos Combatentes – Colégio da Graça | Venerável Ordem Terceira da Penitência de São Francisco – Igreja e Colégio do Carmo | Padaria Pastelaria A Nova Penta | Pastelaria Sírius | Pingo Doce
agradecimentos
Aguinalda Amaro (Guida), Alexandra Furtado, Alves Cardoso, Anabela Coelho, André Pereira, Arnaldo Moura, Carlos Pinto dos Santos (Toni), Conceição Desterro, Cília Diniz, D. Maria Alice Abreu (Ordem Terceira S. Francisco), D.ª Isabel Almeida (Tribunal da Relação de Coimbra), Diogo Roma, Dr.ª Alexandra Monteiro (Ordem Terceira S. Francisco), Francisco Lucas, Honório Madeira, José Lourenço (As Tricanas de Coimbra), Jorge Tavares Lopes, Lurdes Breda, Mariana Matos, Sandra Campos (Infantário 25 Abril), Senhor Presidente do Tribunal da Relação de Coimbra Dr. Luís Miguel de Azevedo Mendes, Sónia Lopes (Laços Sem Nós), Sr. Arménio Pratas (Sofimoda), Sr. Armindo Portela, Sr. João Tavares (Centro Comercial Sofia), Tenente Coronel João Paulino (Liga dos Combatentes).
Coordenação
Cláudia Pato Carvalho (CES/Teatrão)
Parceiros
Instituto Politécnico de Coimbra – Escola Superior de Educação de Coimbra (Arte e Design, Teatro e Educação) | Instituto Politécnico de Tomar – Escola Superior de Tecnologia de Tomar (Fotografia) | Universidade de Coimbra - Centro de Estudos Sociais da UC, Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (Antropologia e Arquitetura), Faculdade de Economia da UC (Sociologia), Faculdade de Letras da UC (Estudos Artísticos e História de Arte), Reitoria UC
Alunos
Beatriz Corvelo (FLUC), Catarina Marques (ESTT-IPT), Clara Sefair (FCTUC), Daniel Lopes (FEUC), Daniel Silva (FEUC), Dulce Branco (FCTUC), Rita Brás (FEUC), Rute Lemos (FLUC), Sara Alves (FLUC), Suse Duarte (FLUC), Suse Trinchete (FLUC), Ana Catarina Pereira, Ana Simões, Andreia Patrício, Andressa Almeida, Carolina Aguiar, Cátia Pinto, Inês Silva, João Mendes, João Morais, Júlio Correia, Liliana, Margarida Fernandes, Rebeca Quinteiro, Sérgio Lamancha, Sofia Barros (Curso de Arte e Design – ESEC), Ana Catarina Arteaga, Ana Margarida Sá, Ana Margarida Mendes, Ana Sofia Pereira, Carlos Vieira, Catarina Andrade, Catarina Bento, Daniela Silva, Fábio Saraiva, João Santos, Juliana Almeida, Mariana Fernandes, Pedro Matias, Ricardo Oliveira, Teosson Chau (Curso de Teatro e Educação - ESEC)
Professores
Bartolomeu Paiva (ESEC-IPC), Claudino Ferreira (CES e FEUC), Cristina Faria (ESEC-IPC), Cristina Leandro (ESEC-IPC), Luísa Trindade (CES e FLUC), Margarida Relvão (Departamento de Arquitetura da UC), Nuno Chuva Vasco (ESEC), Paulo Peixoto (CES e FEUC), Pedro Bandeira Maia (ESEC-IPC), Sandra Xavier (FCTUC, Departamento de Antropologia da FCTUC)
COORDENAÇÃO
ARTÍSTICA
DO TEATRÃO
COORDENAÇÃO
CIENTÍFICA
COFIANCIAMENTO
APOIO
INSTITUIÇÕES ACADÉMICAS PARCEIRAS
Universidade de Coimbra , Instituto Politécnico de Coimbra, Instituto Politécnico de Viseu, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Instituto Politécnico da Guarda, Instituto Politécnico de Tomar, Universidade da Beira Interior.